quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O pato mecânico de Vaucanson.

Um pato mecânico que bate as asas, come e defeca, essa é a criação mais famosa do inventor Jacques de Vaucanson, que também foi o criador de vários autômatos tais como o flautista e tocador de tambor. O "digesting duck" consistia em um autômato em formato de pato que aparentemente comia grãos de milho, os metabolizava e defecava, mas na verdade como o próprio Vaucanson assumiu, o pato armazenava a comida em um reservatório, enquanto os excrementos eram previamente armazenados em outro, ou seja, não havia nenhum metabolismo. Apesar da fraude central, o autômato possuia alguns elementos de uma genuína simulação, suas asas eram compostas de mais de 400 partes articuladas, e os movimentos incluiam beber, fazer um ruído "gorgolejante", esticar o pé, dobrar e esticar o pescoço, todos baseados em estudos exaustivos sobre patos reais.




Na foto acima o pato original e em seguida uma réplica moderna.

A criação de Vaucanson trouxe à tona várias reflexões com relação entre a linha entre o vivo e o não vivo, afinal as máquinas seriam a antítese de um ser vivo? Ou seres vivos seriam máquinas só que extremamente complexas? Quase três séculos depois da invenção do pato em  1739, ainda não conseguimos reproduzir e entender muitos sistemas biológicos, desafios que envolvem as áreas da inteligencia artificial, robótica e biologia.

Fonte:
http://www.guardian.co.uk/books/2002/feb/16/extract.gabywood
Riskin, Jessica. "The defecating duck, or, the ambiguous origins of artificial life." Critical Inquiry 29, no. 4 (2003): 599-633.

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